segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Sobre o Chile e resiliência



Nos impressionou muito aqui no Chile a resiliência das pessoas. As comunidades estão a qualquer momento sujeitas a desastres naturais como terremotos, tsunamis ou inundações. Vimos, por exemplo a cidade de Chañaral que passou por um “aluvion” (inundação) em março de 2015 e ainda está se recuperando do choque. A cidade fica muito próxima a Porto Fino um lugar incrível que surfamos e ao conversar com algumas pessoas que perderam suas casas ou negócios ficamos admiradas pela maneira como estão sempre dispostos a para passar pela situação de reconstrução de tudo o que foi destruído. Esta disposição, ou estado de prontidão, vem da necessidade de sobrevivência e de ter  esperança na vida. Esta situação nunca vai mudar, não é uma condição social, é uma condição natural proveniente da localização geográfica do país.


Muitos lugares do mundo são assim, no Brasil talvez a ameaça de desastres naturais é menos iminente do que no Chile, mas  neste momento,  Porto Alegre, por exemplo passou por uma grande chuva que deixou a cidade sem luz e água há dias, derrubou árvores, construções, carros e deixou muitos desabrigados. 
No caso do  Chile, nos parece que este estado de alerta constante  dá ao povo chileno uma característica que gostamos muito, são pessoas calmas e ao mesmo tempo muito ativas, preparadas para encarar o que der e vier.
Esta passagem do livro “Como Mudar o Mundo” de John Paul Flintoff se identifica muito com esta capacidade resiliente dos chilenos:
"Ter uma existência autêntica é aceitar nossa morte inevitável e a insignificância cósmica - e decidir viver com objetivos mesmo assim". 
Em situações assim  podem acontecer dois extremos, o caos e a violência ficam a flor da pele ou a solidariedade brota  em escala máxima. Quando é assim, as pessoas começam a oferecer suas habilidades para ajudar, reconstruir, abrigar, se criam plataformas colaborativas para oferecer serviços, as pessoas se conectam pela necessidade de sobreviver e reerguer seus sonhos de maneira mais coletiva.
Fica aqui a nossa reflexão e nossos melhores pensamentos para  os amigos e família de Porto Alegre.

            Saudamos este país que tem recebido o Rekombinando com tanto amor e entusiasmo. 
Viva Chile, salve os hermanos chilenos! Estamos aprendendo muito com vocês.







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