O projeto Rekombinando foi feito a três mãos, pensado por três cabeças,
sonhado e desejado por três corações. Antonia, Christie e Cissa, três mulheres, amigas, surfistas, amantes do
mar e das experiências que a vida traz. Criamos este projeto inspiradas pela
viagem de quatro amigos, que no ano 1976 foram de Kombi de Porto Alegre à
Califórnia. Até hoje seguem surfando juntos, espalhando alegria e histórias
incríveis por onde passam. Um deles é o
pai da Antonia e nós chamamos eles de “professors”, pois com sua maneira de ver
a vida nos ensinam muito. Decidimos então refazer a viagem dele e ver o que a
América Latina guarda para nós, 40 anos depois.
Passamos
quatro anos planejando o Rekombinando, procuramos uma quarta integrante que
quisesse nos acompanhar nesta aventura, mas sempre acabávamos nós três
acreditando neste sonho que parecia maluco, até que a Cissa engravidou e deu a
luz a quarta integrante, a Gabriela. Desde o início sabíamos que o Rekombi teria
um objetivo social, pedagógico e de integração cultural. Nós três trabalhamos
com projetos educacionais ligados a arte,
surf e conscientização ambiental, este é o tripé do Rekombinando. A
nossa Kombi é um ateliê itinerante, um
lugarzinho onde podemos sonhar, criar e viajar por aí oferecendo oficinas e as
mais diversas experiências para as crianças no caminho.
No dia 29 de dezembro de 2016 partimos de Porto Alegre para realizar a
primeira perna do Rekombinando, até o Peru. O nosso propósito é levar o
conhecimento que temos para as crianças da América Latina, como já fazemos no
Brasil. Além disso vamos revisitar os lugares, amigos e histórias que tanto
ouvimos os “professors” falar e encontrar os tesouros deixados por eles no
caminho.
Esta
experiência vai se transformar em um documentário e um livro (que será
distribuído para as crianças no Brasil), conectando as crianças do Pacifico com
o Atlântico e levando um pouco das histórias da América Latina para os pequenos
do nosso pais. No percurso vamos relatando a viajem e nossas percepções através
deste blog, da página do Facebook e Instagram, dos relatos para a Radio
Graviola e de uma websérie.
Muito trabalho foi dedicado para o Rekombinando se tornar real. Inscrevemos
o projeto na Lei Rouanet, para habilitar a realização do documentário através
da Lei de Incentivo à Cultura, que permite que empresas de lucro real apoiem
projetos deduzindo 4% de seus impostos. Conversamos bastante com os “professors”
sobre a viagem, orçamos todos os custos e fizemos o planejamento da viagem e das
oficinas. Sabemos que realizar um documentário na estrada depende de muito
envolvimento, e fazer uma viagem deste porte com uma pequena de dois anos, como
a Léla requer preparo e segurança .
Como ainda não conseguimos financiamento decidimos abrir o caminho e fazer
a primeira etapa da viagem com recursos próprios. Tivemos o apoio da família da
Cissa para adquirir a Kombi e o trabalho de muita gente que se envolveu com o
projeto. A Christie fez a arte da Kombica e a Cissa cuidou do projeto das
adaptações para ela virar um ateliê itinerante. O Enio da Cia do Fusca nos
apoiou com toda a mão de obra e conhecimento para realizar a transformação da
Kombi, a Tok e Stok forneceu produtos para deixar ela linda por dentro, a
Braxin nos deu um super desconto em um painel solar que nos garante ter energia na Kombi, a Suport nos
deu um piso emborrachado igualzinho à madeira que ficou prático e aconchegante.
O Thomaz nosso cinegrafista, parceiro desde o início, topou iniciar o
projeto mesmo com pouco recurso, o Márcio na produção, nas trilhas e no suporte
às filmagens e o Rubens disponibilizou seu carro para ir como carro de apoio, além de ajudar
muito com a parte logística especialmente no que se trata da segurança da
pequena Léla, que também é sua filhinha! Tivemos também parceria dos meninos do
Surfari no desenvolvimento do roteiro, um super trabalho caprichado, que está
nos ajudando muito a direcionar a captação das imagens!
Alguns “mimos” especiais deram ainda mais alegria para o nosso projeto:
as meninas da Simba apoiaram com maiôs lindos para gente entrar na água, a Soul
Floripa presenteou a Léla com uma roupinha muito fofa, a Uhul nos deu um
biquíni super e confortável para surfar.
Isso sem falar de todos familiares, amigos e pessoas que fomos
conhecendo nesta trajetória, que nos deram dicas, palavras de incentivo e muita
ajuda na logística e configuração deste projeto. E é GRACIAS a todos que agora
estamos na estrada, neste momento saindo de Santiago em direção a Pichilemu,
aonde a Kombica se encontrará pela primeira vez com o Oceano Pacifico.
Um sonho para tornar-se realidade leva um pouco da medida de cada um, da coragem de cada um, da entrega, do talento, da visão e da superação do medo de
sonhar de cada um.
E isso tudo
começou lá em 1976... mas, a partir de agora o vem pela frente é uma nova
experiência!
texto: Antonia Wallig
Fotos: Thomaz Crocco
Sigam em frente, com a proteção de Pacha Mama. Sigam em frente, protegendo Pacha Mama.JGL
ResponderExcluirMuito legal, gurias, sorte, saúde e muita energia para trilhar esse sonho!
ResponderExcluirVocês estão realizando o sonho de muitas jovens da minha época, aproveitem, que todos os caminhos tragam um aprendizado e tirem muitas fotos. Parabéns
ResponderExcluirBoa viagem! Espero que tenham muitos posts e fotos! :D
ResponderExcluir