Desde a saída do Brasil passamos
pelo Uruguai e Argentina para chegar
na “comprideza “ do Chile. Saímos dos
pampas, nosso bioma de origem, onde o
verde cresce rente ao chão, o horizonte é largo e amolece o olhar, pequenas flores
coloridas alegram a monotonia e as
árvores de copas volumosas se enraízam aleatoriamente no solo, dando sombra ao
longo do caminho.
Durante o cruze dos pampas
curtimos muito a transição entre os países, o doce de leite, o vinho, os
alfajores, a mudança do português para o
espanhol, o pôr do sol, os acampamentos e os banhos de rio. Curtimos muito estar
juntas, lembramos de muitas brincadeiras da infância e também fizemos uma roda
de propósitos para a viagem e para 2016 entre todos nós. Estas foram as nossas
intenções : Aloha, Sonho, Comunhão,
Descoberta, Aprendizado, Cuidado Mútuo, Busca.
Foi depois de 4 dias na estrada começamos a
avistar as primeiras montanhas. No dia 1º de janeiro de 2016 chegamos em
Mendoza, cansados e felizes por já estarmos de frente para primeiro grande
desafio da viagem, a Cordilheira dos Andes. Os professor* nos sugeriram acordar bem cedo para pegar o sol nascendo na
montanhas. Lemos o diário de viagem deles e vimos que foi no dia 1º de maio que eles estavam exatamente no mesmo lugar que nós, se preparando para
cruzar a Cordilheira. Então as 6h da manhã já estávamos com pé na estrada e o
sol começava a tingir de luz os cumes mais altos.
Conforme fomos subindo a neve foi
aparecendo. Ficamos muito emocionadas com a grandeza das montanhas, com a
delicadeza das flores dos Andes e com a oportunidade de estarmos juntas neste
lugar mágico. “Montanhas Sagradas, cheias de sabedoria e ancestralidade, nos
sentimos protegidas pela imensidão do teu silencio e inundadas pela pureza do
ar. Ao pé do Aconcagua, a maior montanha
do continente americano com quase 7 mil metros de altura, respiramos, cantamos e
oramos em gratidão, certas de que a vida está nos dando um presente.
Encaramos um transito de três
horas paradas na estrada, antes de chegar na fronteira com o Chile,
aproveitamos para andar de skate e muitas crianças vieram conhecer e visitar a
kombica. Revivemos muitas passagens do percurso dos professors e transpusemos a grande cadeia de montanhas
que separa o Atlantico do Pacifico.
Nossa próxima parada é Pichilemu, aonde a Kombika se encontrará pela primeira
vez com o mar.
*professors são os quatro amigos que fizeram a viagem de Porto Alegre até a California em 1976 e que inspiraram o Rekombinando , são eles Antonio Chula, Neco Corbetta, Joao Wallig e Paulo Tupinambá. Os chamamos assim pois suas histórias de vida nos ensinam muito.
texto: Antonia Wallig
Fotos: Tz Jamur
Fotos: Tz Jamur
Aloha gurias <3
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